domingo, 2 de agosto de 2009

O Conto da queda. Paredes em um sonho ruím.

Não tenho mais reputação
Nunca tive dinheiro
agora muito menos
Estou escravo,e só eu posso mudar isso... mas não o tenho feito
Mentiras, conversas, traições, palavras...
Somente palavras. Tenho medo de mim
Tenho medo de mim... Ao invés de maçãs rosadas, tenho Duas covas de sete palmos cada nas laterais do meu rosto
Sou uma múmia ambulante, pedindo uma moeda para você

Sou o resultado de uma má formação, de um ambiente familiar inapropriado como muitos: não mal, mas muito distante do mínimo, do ideal.
Confesso que a maior parte disso não tem nada a ver com criação, condição. É uma questão de caráter,
e eu sei que não tenho. Estou me conformando com a morte lenta e finjo que tudo está muito bem
que nada disso está acontecendo. A prova de fogo foi me olhar no espelho hoje,
depois de uma dose de fumaça tóxica entrar pela minha boca e invadir meu pulmão
grudando nele como graxa. Imagino como ele deve estar: "imagino uma uma parede rosada, intacta. Até que um dia um desgraçado vem e joga um balde cheio de piche
nela, vejo aquela substancia negra cobrindo cada centímetro dela, bem lentamente".



Eu estou me engandando, primeira parte de um final.
Será tarde demais para eu completar esta história? Será que se um dia alguém ler isso
eu ainda estarei vivo? Será que o piche não terá invadido todos os centímetros quadrados da parede
e escorrido para o chão? Será que ainda estarei vivo? Depende de mim.

Nenhum comentário:

Postar um comentário