Sempre foi assim. Como quando a maré baixa bruscamente nos momentos que antecedem uma onda gigante. Sempre tenho avisos de que algo grande está para acontecer.
Passei por alguns dias buscando a paz de espírito. Me equivoquei porque sempre procurei essa paz em alguém. Muitas vezes me machuquei e em outras ví os que machuquei. Mas sempre fui eu.
Seguí contrariando e contrariado, na contramão de todos os conselhos dos que me queriam bem. E dos que não também. Fui valente quando mo mostraram como era mais fácil me deixar levar, condicionar, ser só uma ferramenta, mais um peça da máquina humana. Soava estranho, mas eu sempre soube que era tão mais que isso...
Mas um dia nós caímos, e me afoguei num rio de lágrimas que eu permití ser criado, numa nascente de mágoas em mim. Conseguiram me derrubar...me secar. Fui triste e me conformei com o que não tinha. Ai de mim.
Mas de repente eu ví, que as mãos dele estavam suando. E então eu acelerei... bombeei seu sangue com muita força por todo o seu corpo. Abrindo caminho entre estradas que já não eram mais utilizadas.Irrigando um jardim que já se encontrava seco e escuro, enchendo ele de borboletas. Ví o quanto ele suou frio quando ela apareceu... Redesenhando a nuvem de chuva, deixando seu céu azul.
Sentí quando ela desenhou um sorriso em seu rosto. Pois eu sorrí também.
Estou feliz, pois a inspiração voltou, e o caminho se abriu novamente para eu poder ser o que mais gosto de ser, o que realmente sou.
SOU CORAÇÃO!
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